Amazonas – O agravamento da estiagem que atinge o Amazonas fez o Rio Negro, um dos principais da região, atingir novo nível mínimo histórico. Segundo o Porto de Manaus, responsável pela medição, a cota do rio chegou a 13,19 metros.

Desde o fim de abril deste ano, o nível tem se reduzido gradativamente. A previsão é que ele continue baixando até o início de novembro, quando termina o período de estiagem.

O recorde de alta já medida foi 30,02 metros em 16 de junho de 2021. Atualmente, alguns rios do Amazonas parecem estradas de barro com bolsões d’água e embarcações atoladas.

A estiagem causa efeitos em praticamente todo o Amazonas. Conforme o último boletim do governo estadual, divulgado na 6ª feira (20.out.2023), 59 dos 62 municípios amazonenses estão em situação de emergência. Um está em alerta e 2 em normalidade. Ainda segundo o boletim, 146 mil famílias foram afetadas, o que representa 590 mil pessoas.

Esta semana, a Marinha, por meio do Navio de Assistência Hospitalar Soares de Meirelles, em ação conjunta com o Exército e autoridades locais, distribuiu mais de 6.000 cestas básicas e 1.100 caixas de água mineral em cidades da região do Alto Solimões. A distribuição começou por Tabatinga, perto da fronteira com a Colômbia e o Peru.

Segundo a Marinha, o navio é “o principal meio de transporte para distribuição de cestas básicas e suprimentos essenciais na região”. A embarcação deve percorrer 1.350 km, incluindo os municípios de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins.
Vídeo relacionado: Rio Negro registra pior seca dos últimos 121 anos; entenda crise (Dailymotion)

“A estiagem prolongada colocou diversas comunidades em situação de fragilidade, devido às dificuldades de abastecimento que estão enfrentando. Essa operação é muito importante por trazer uma resposta imediata e ajudá-los a superar esse momento de dificuldade”, disse o capitão de fragata Ricardo Sampaio Bastos, capitão dos Portos de Tabatinga.

O Navio Soares Meirelles também atua no atendimento primário à saúde e distribuição de medicamentos para comunidades ribeirinhas e indígenas.

Em outra ação de ajuda federal, o Ministério da Saúde anunciou, na 2ª feira (16.out), uma verba de R$ 225 milhões para reforçar o atendimento no Amazonas em razão da forte estiagem.

O ministério enviou ao Amazonas, na semana passada, 7 kits de calamidade, contendo 32 medicamentos e 16 insumos, com capacidade para atender a 10.500 pessoas por até um mês.

Na 5ª feira (19.out.2023), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou, por telefone, com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Os 2 chefes de Estado abordaram o tema da seca que atinge a Amazônia.

Com informações da Agência Brasil.