Brasil – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou nesta segunda-feira (27/11) sobre o caso da apresentadora Ana Hickman, que relatou ter sido agredida pelo ex-marido.

O relato de Hickman foi divulgado no último domingo (26/11) pela Record TV e, nas redes sociais, o presidente aproveitou o engajamento para promover o Disque 180, serviço governamental de denúncia e busca de ajuda para mulheres vítimas de violência.

Lula ponderou a importância do relato da apresentadora, e ressaltou a Lei Maria da Penha, como é conhecida a Lei 11.340/2006. Criada há 17 anos, essa lei tem como objetivo coibir atos de violência doméstica contra a mulher através de uma série de mecanismos.

Hickman se pronunciou ao Domingo Espetacular, da Record TV, e ressaltou que tentaram fazer com que ela não registrasse o caso na delegacia. “Depois daquela ligação, tentaram me convencer de não ir na delegacia. No dia seguinte também. Agora eu entendo porque muitas prestam queixa, mas depois voltam atrás. E não é só por medo do agressor não, é porque as pessoas fazem você fazer isso”, afirmou Hickman durante a entrevista.

Após a entrevista, a defesa de Alexandre Correa se manifestou e disse que o empresário “está sofrendo uma perseguição obsessiva por parte de Ana Hickmann e da Rede Record”.

O fato de Hickman ser uma pessoa pública traz luz aos casos de violência doméstica, e pode fazer com que as mulheres vítimas de violência se sintam motivadas a denunciar, de acordo com a especialista em Direito de Família e Sucessões Vanessa Paiva.

“Também é uma questão social da Ana vir a público e mostrar a outras pessoas o que ela sofreu pois foge do estereótipo, já que ela é branca, loira e rica, quando a maioria dos casos de violência doméstica atinge mulheres pretas e da periferia. Não estamos acostumados a ver isso com uma celebridade como a Ana. Isso pode dar coragem a outras mulheres a denunciarem seu agressor”, explica Vanessa Paiva.

O Disque 180 é uma das políticas do Ministério das Mulheres, e recebe denúncias de violências, além de encaminhar o conteúdo aos órgãos competentes e monitorar os processos.

Fonte: Metrópoles