Brasil – Pelo menos dez facções criminosas de países vizinhos cruzaram a fronteira e travam disputas por território na Amazônia Legal. A afirmação é do estudo Cartografia da Violência na Amazônia, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O levantamento revela que as facções estrangeiras estão presentes nos estados do Acre, Amazonas, Roraima e Maranhão. Os grupos venezuelanos, por exemplo, disputam território com facções brasileiras em Boa Vista (RR), com população de mais de 410 mil moradores.

Facções criminosas no Amazonas

Já quatro grupos de ex-guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs) disputam território no Amazonas.

Essas facções estão na mira de autoridades brasileiras, colombianas e norte-americanas por suspeita de dominar uma rota pelo rio para negociar com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), as duas principais organizações criminosas do Brasil.

Segundo o Ministério Público da Colômbia, e-mails vazados mostram que grupos estrangeiros cruzam a fronteira brasileira de barco pelo rio Vaupés e seguem pelo rio Negro.

O PCC é mencionado como aliado de narcotraficantes no sul da Colômbia e disputa território com o CV.

Roraima

O estudo mostra que organizações criminosas venezuelanas atuam, principalmente, em cidades de Roraima.

Com grande presença do PCC, o Estado tem importância estratégica para o tráfico de drogas por fazer fronteira com a Venezuela e estar próximo da Colômbia.

Segundo o relatório, o município de Pacaraima, no norte de Roraima, na fronteira com a Venezuela, por exemplo, é disputado pelo PCC, CV e pelo grupo venezuelano Trem de Aragua. O sindicato do crime, outra facção da Venezuela, também atua na cidade.

Peruanos

Facções peruanas também estão presentes em cidades localizadas na Amazônia Legal. É o caso do Clã-Chuquizuta em Tabatinga (AM), na fronteira com o Peru.

O Comando de Las Fronteras atuam em Loreto (MA), enquanto a facção Los Quispes-Palamino disputam território na fronteira entre o Acre e o Peru. O estudo também afirmou que grupos foram identificados próximos aos rios Negro e Solimões, uma das principais rotas usadas pelo tráfico.

Fonte: Revista Oeste