Brasil – O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou neste domingo (10/12) que o país entra em uma “nova era” e abandona “décadas de decadência”. A declaração do político ultraliberal ocorreu durante o discurso de posse na escadaria do Congresso da Nação, em Buenos Aires.

“Hoje começa uma nova era na Argentina. Hoje damos por finalizada uma longa e triste história de decadência e declive e começamos um caminho pela reconstrução do nosso país”, enfatizou Milei em seu primeiro discurso como presidente.

Javier Milei foi eleito no segundo turno, com 55,9% dos votos, ante 44% do seu adversário, Sergio Massa, ministro da Economia do governo de Alberto Fernández, ex-chefe do Executivo do país.

“Assim como a queda do muro de Berlim marcou o fim de uma era trágica para o mundo, essas eleições marcaram o ponto de ruptura da nossa história. Nesses dias, muito se falou sobre a herança que vamos receber. Que fique claro: nenhum governo recebeu a pior situação que estamos recebendo”, disse Milei ao tomar posse.

O político ultraliberal criticou a gestão econômica da Argentina e atacou o kirchnerismo, representado por Cristina Kirchner, ex-vice-presidente do país, durante a sua cerimônia de posse.

“O valor da dívida é um grande desafio inclusive para um herói. Isso acontece numa economia que não cresce desde 2011”, afirmou Milei.

Javier Milei destacou que se o país seguisse as propostas do governo anterior, de Alberto Fernández, a Argentina iria se igualar à Venezuela, de Nicolás Maduro.

O presidente da Argentina ressaltou ainda a situação preocupante em relação a pessoas em vulnerabilidade social. Milei chegou à Presidência com a promessa de reerguer a economia e a moral da nação argentina.

“Ao mesmo tempo, hoje à noite, 6 milhões de crianças vão dormir nas ruas, descalços. Para que tenha uma ideia, só 16% das nossas crianças se formam no tempo correto. Ao mesmo tempo, 70% das que terminam a escola, não podem concluir uma equação básica”, afirmou.

Milei disse “não há dinheiro” na Argentina para realizar as medidas necessárias para reerguer a economia do país.

“Não há alternativa ao ajustamento e ao choque. Terá um impacto negativo na atividade, no emprego e no número de pessoas pobres e indigentes. Haverá estagflação, mas não será muito diferente dos últimos 12 anos”, acrescentou Milei. “Esta é a última bebida ruim para iniciar a reconstrução da Argentina”, completou o novo presidente do país ao falar sobre a economia.

Fonte: Metrópoles