O presidente Luiz Inacio Lula da Silva participa da cerimonia de assinatura de contratos de captação de recursos entre o BNDES e o New Development Bank, o banco dos Brics, com a presença de Aloizio Mercadante e de Dilma Rousseff, que presidem as instituições, na sede do Banco Nacional de Desenvolviemnto Econômico e Social, no Rio de Janeiro. | Sérgio Lima/Poder360 - 06.dez.2023

Brasil – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os demais chefes de Poderes conduzem, nesta segunda-feira (8/1), um ato em defesa da democracia, no Congresso Nacional, em alusão ao marco de um ano após as invasões às sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Ao fim da solenidade, os chefes dos Poderes desceram a rampa do Congresso Nacional.

Na ocasião, golpistas que não aceitaram a derrota nas eleições de 2022 invadiram e depredaram as sedes do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto.

A solenidade começou por volta das 15h, no Salão Negro do Congresso Nacional. Participam do evento os presidentes do Senado Federal, Rodrigo Pacheco; do STF, Luís Roberto Barroso; e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Também está presente o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

O presidente Lula fez discurso destacando a cooperação entre os Poderes após os ataques e o fortalecimento da democracia. Acrescentou que o país mergulharia em um “caos econômico e social”, caso a tentativa de golpe se concretizasse.

“A vontade do povo brasileiro expressa nas urnas teria sido roubada, e a democracia, destruída. A essa altura, o Brasil estaria mergulhado no caos econômico e social. O combate à fome e a desigualdade teriam voltado à estaca zero. Nosso país estaria novamente isolado do mundo, e a Amazônia, em pouco tempo, reduzida às cinzas para a boiada e o garimpo ilegal passarem”, destacou Lula.

E o presidente continuou: “Adversários políticos e autoridades constituídas poderiam ser fuzilados ou enforcados em praça pública, a julgar por aquilo que o ex-presidente golpista pregou em campanha e os seus seguidores tramam nas redes sociais. Todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra o país e contra o seu próprio povo”, defendeu o petista.

“O perdão soaria como impunidade, e a impunidade como salvo-conduto para novos atos terroristas no nosso país”, destacou.

Pacificação

Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, reafirmou o compromisso com a democracia e ressaltou que os atos não representam uma vontade popular. “Os inimigos da democracia disseminam ódio para enganar e recrutar uma parcela da sociedade. Os inimigos da democracia usam um falso discurso político para ascender ao poder, para nele se manter de maneira ilegítima e para dissimular suas reais intenções”, criticou o senador.

“As instituições republicanas, por outro lado, são verdadeiramente fortes — fortes, porque respaldadas pelo mais elementar dos poderes, aquele que emana do povo. E quem tem força não precisa demonstrá-la de maneira vã”, defendeu Pacheco. Ele também anunciou a retirada das grades que cercam o Congresso Nacional, em um ato simbólico.

Presidente da Suprema Corte, Barroso pregou a pacificação. “Que venha um tempo de pacificação, no qual as pessoas que pensam de maneira diferente possam sentar na mesma mesa e expor seus argumentos sem se ofenderem ou se desqualificarem”, falou o ministro. “Precisamos de um choque de civilidade no país. Ódio nunca mais”, pediu.

“Banalizou-se o mal. Não há mais espaço na vida brasileira para quarteladas”, defendeu Barroso. No fim do discurso, Pacheco afirmou vai retirar as grades que cercam o Congresso Nacional.

Fonte: Metrópoles