Dois diretores do presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, foram exonerados pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais).

A demissão aconteceu sete dias após a Record Minas revelar que detentos teriam morrido após overdose com a droga k4 no presídio. Mas, o Governo de Minas afirma que a troca de gestão da unidade não tem relação com o caso. “A troca dos gestores já estava prevista pelo Depen-MG, como parte das inúmeras atividades de gestão administrativa prisional. A saída dos gestores não está relacionada a qualquer fato ocorrido no presídio, como o óbito de detentos”, declarou.

Em Minas Gerais, ao menos 13 presos morreram suspeitos de overdose pela droga. De acordo com a pasta, barrar a entrada das drogas “zumbi” se tornaram um desafio para a segurança pública no estado. Os entorpecentes são sintéticos, o que dificulta a identificação durante as revistas nas penitenciárias, como explica o presidente do Sindppen-MG (Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais), Luiz Gelada.

Ele explica também que, por ter forma líquida, a droga costuma ser borrifada em pedaços de papel para burlar a vigilância. “Os nossos cães farejadores não conseguem identificar, porque não tem cheiro e é incolor. Algumas apreensões foram feitas, mas em relação ao que entra [nos presídios], é inútil”, avalia. “Não chega nem a um terço do que deveria ser apreendido”, problematiza.

A droga causa efeitos graves e podem causar alterações mentais graves no usuário, como psicose, paranoia, delírios e alucinações, segundo o professor de toxicologia Pablo Marinho.

Nesta segunda-feira (15), representantes dos policiais penais se reuniram com o Ministério Público pedindo providências sobre o assunto. Segundo o sindicato, a falta de efetivo nos presídios vem possibilitando fugas, motins e a entrada de drogas, especialmente do tipo k, também conhecidas como “drogas zumbis”. Eles também pediram a convocação de excedentes do concurso da categoria, para reforçar a segurança das unidades de custódia.

Fonte: R7