Desde a regulamentação da cannabis medicinal pela Anvisa em 2015, o Brasil tem utilizado essa planta para tratar várias condições, como epilepsia refratária, Alzheimer, Parkinson e ansiedade. Recentemente, a cannabis tem sido estudada por seus possíveis benefícios no tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O TEA envolve distúrbios no neurodesenvolvimento que afetam a interação social e a expressão individual. Segundo o CDC, cerca de 1% a 2% da população mundial é afetada pelo autismo. Os sintomas variam amplamente, incluindo dificuldades de interação social, inflexibilidade a mudanças de rotina, interesses fixos, insônia, convulsões, ansiedade, estresse, compulsões e obsessões.
A cannabis medicinal, com seus canabinoides como o CBD e o THC, é considerada para aliviar alguns desses sintomas, como ansiedade, insônia e agressividade. O CBD é relaxante e ansiolítico, enquanto o THC tem efeitos euforizantes e pode estimular o apetite. No Brasil, são disponíveis produtos de CBD isolado e full spectrum nas farmácias.
Em 2020, a ONU reconheceu as propriedades terapêuticas da cannabis. Desde 2015, a Anvisa permite a importação de produtos derivados de cannabis para fins terapêuticos, e em 2019 regulamentou sua venda nas farmácias. Em 2023, São Paulo começou a distribuir gratuitamente medicamentos à base de cannabis pelo SUS.
A cannabis medicinal pode ser indicada para casos de TEA quando tratamentos convencionais não são eficazes. Estudos apontam benefícios, mas ainda são necessários mais testes clínicos para confirmar sua segurança e eficácia.
Desafios incluem a necessidade de mais estudos científicos rigorosos para evidenciar a eficácia e segurança da cannabis no tratamento do TEA. No entanto, a regulamentação e a crescente aceitação médica e social representam avanços significativos na área.