O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta quinta-feira (25) que seu rival político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está “f******” com o Brasil, destacando a forte rejeição ao petista nas ruas devido a decisões como a taxação de produtos importados de até 50 dólares (cerca de R$ 283).

As declarações foram feitas em entrevista à coluna de Guilherme Amado, do portal Metrópoles. Durante a conversa, Bolsonaro negou ter se referido especificamente ao STF (Supremo Tribunal Federal) ou a Lula ao afirmar que existem pessoas tentando “facilitar” seu assassinato. Ele afirmou que estava se referindo ao “sistema como um todo”.

“Eu estava me referindo ao sistema como um todo. Sou alguém que incomoda o sistema, querendo ou não. Não defendo a prisão de Alexandre de Moraes e não toco no assunto. Não menciono o ‘Supremo’ nas minhas andanças. Minha crítica é direcionada a Lula”, disse Bolsonaro.

Ele relatou que tem sido recebido por multidões em seus eventos e que nota um sentimento de reprovação em relação a Lula. “Lula está f****** a gente. Taxou até roupinha da China”, destacou.

Quando questionado se seus atos públicos são uma forma de se preparar para uma possível candidatura, o ex-presidente expressou confiança: “Se eu recuperar meus direitos políticos, tenho certeza de que ganharia as eleições de 2026.”

Contexto

Durante um comício em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, Bolsonaro afirmou que o sistema deseja “facilitar seu assassinato”. Ele citou a retirada de seus dois carros blindados por Lula e mencionou que, devido a medidas cautelares do STF, quatro assessores que trabalhavam em sua segurança foram proibidos de se comunicar com ele.

“Quando voltei para o Brasil após a presidência, tinha direito a dois carros. Lula pessoalmente me tirou os dois blindados. Tenho direito a oito funcionários, mas os quatro que atuavam na minha segurança foram removidos. Até meu filho, Carlos Bolsonaro, teve seu pedido de renovação de porte de arma negado pela PF”, reclamou.

“Eles querem facilitar. Não querem mais me prender; querem que eu seja executado. Não posso pensar de outra forma. O que acontece nos EUA nos últimos anos, como um espelho, está se repetindo no Brasil. Acredito na eleição de Donald Trump em novembro”, acrescentou.

O STF não se manifestou sobre as declarações de Bolsonaro. A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) afirmou que ex-presidentes têm direito a dois carros, mas não especificou que fossem blindados, além de assegurar que ele utiliza as nomeações de servidores garantidas por direito.