
Após o ditador Nicolás Maduro solicitar que a Suprema Corte confirme sua suposta vitória, o tribunal venezuelano pediu ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que apresente as atas de votação da eleição presidencial. A oposição argumenta que essa análise não é de competência da Corte e vê isso como mais uma tentativa de Maduro legitimar a fraude, já que o tribunal é alinhado ao regime chavista.
A Sala Eleitoral do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) solicitou as “atas de votação das mesas eleitorais em nível nacional” e a “ata de totalização definitiva” no mesmo dia em que o CNE reafirmou a vitória de Maduro.
O CNE afirma que Maduro obteve 52% dos votos, contra 43% do opositor Edmundo González Urrutia. No entanto, ignora os pedidos da comunidade internacional por dados que comprovem esses resultados. A oposição, baseada em contagem paralela, afirma que Urrutia venceu com 67% dos votos contra 30% de Maduro.
Nesta sexta (5), a corte convocou os dez candidatos à Presidência, incluindo Urrutia, para uma auditoria eleitoral solicitada por Maduro. Caryslia Rodríguez, presidente do TSJ, afirmou que “admite-se, assume-se e inicia-se o processo de investigação e verificação para certificar os resultados do processo eleitoral”.
Maduro alega que a Suprema Corte é a única entidade com autoridade para investigar os resultados apresentados pelo CNE. Vários dias após a eleição, ele sustenta que seu partido tem todas as atas eleitorais e prometeu apresentá-las.
“Me submeti à Justiça e peço que a Justiça ache a verdade para que a paz seja estabelecida no país”, afirmou.
Maduro também defendeu a prisão dos líderes da oposição, María Corina Machado e González Urrutia. María disse ao The Wall Street Journal que está escondida para evitar sua detenção.
O Centro Carter, órgão de monitoramento internacional, acompanhou as eleições venezuelanas e concluiu que o pleito não pode ser considerado democrático, pois “não atendeu aos padrões internacionais de integridade” e demonstrou “claro viés” em favor do regime chavista.