O Tribunal de Contas da União (TCU) decidirá na próxima quarta-feira (7) sobre a devolução do relógio de luxo Cartier Santos Dumont, avaliado em R$ 60 mil, recebido pelo presidente Lula (PT) durante uma visita a Paris. O processo já divide o plenário do TCU.

A discussão foi reaberta após a Polícia Federal indiciar Jair Bolsonaro por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro em relação a joias. O deputado Sanderson (PL-RS) levou a questão ao TCU.

Técnicos do tribunal afirmam que Lula não precisaria devolver o relógio, pois não havia regras na época para limitar presentes que poderiam ser mantidos após o mandato. O relator Antonio Anastasia apresentará seu voto na quarta-feira, e a decisão poderá impactar o caso das joias sauditas que Bolsonaro também recebeu.

No âmbito judicial, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, arquivou uma investigação sobre um relógio Piaget que Lula recebeu em 2005. Em 2016, o TCU determinou que presentes valiosos não podem ser mantidos como parte do acervo pessoal de presidentes, o que levou Bolsonaro a devolver itens vendidos nos EUA.

A Procuradoria-Geral da República ainda não se manifestou sobre o indiciamento de Bolsonaro, e há receios entre os ministros de que liberar Lula para ficar com o relógio possa ser usado pela defesa de Bolsonaro no STF, enquanto exigir a devolução poderia ser visto como uma decisão politicamente motivada.