O escritor, jornalista, dramaturgo e cineasta Márcio Souza faleceu nesta segunda-feira (12), aos 78 anos, deixando um legado inestimável para a cultura do Amazonas e do Brasil.

Nascido em Manaus em 1946, Souza estudou Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP) e contribuiu para diversos jornais como crítico de cinema e articulista cultural, incluindo Senhor, Status, Folha de S.Paulo e A Crítica.

Aos 20 anos, publicou seu primeiro romance, “Galvez, Imperador do Acre”, que marcou o início de uma prolífica carreira literária. Entre suas obras mais notáveis estão “A Caligrafia de Deus”, “Operação Silêncio”, “O Fim do Terceiro Mundo” e “Mad Maria”, sendo este último seu livro de maior destaque.

“Mad Maria” inspirou a minissérie homônima de Benedito Ruy Barbosa, produzida pela TV Globo em 2005, que retrata a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e seus impactos na Amazônia.

Além de romances, Souza escreveu “História da Amazônia: Do Período Pré-Colombiano aos Desafios do Século XXI”, oferecendo uma visão detalhada da história da região sob a ótica de um sociólogo e historiador. Também foi autor de peças teatrais como “As Folias do Látex”, “A Paixão de Ajuricaba” e “Carnaval Rabelais”.

O escritor faleceu antes de concluir o último livro da tetralogia Crônicas do Grão-Pará e Rio Negro, composta por “Lealdade” – obra premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) em 1997 –, “Desordem” e “Revolta”.

Márcio Souza também atuou como professor assistente na Universidade de Berkeley e foi escritor residente nas universidades de Stanford, Austin e Dartmouth. Ele exerceu ainda os cargos de diretor da Biblioteca Nacional e presidente da Funarte.

No momento de sua morte, Souza era diretor da Biblioteca Pública do Amazonas e ocupava a cadeira número 25 da Academia Amazonense de Letras, que lamentou profundamente sua partida.

O governo do Amazonas emitiu uma nota de pesar e decretou luto oficial de três dias no estado.