Em 2023, o Brasil está enfrentando uma preocupante escalada nos casos de roubo de energia elétrica, conhecidos como “gatos”. Dados recentes apontam um aumento de 20% em relação ao ano anterior, resultando em um total de 40,8 TWh (terawatts-hora) de energia furtada, comparado aos 34,2 TWh registrados no ano anterior, conforme relatado pelo Poder 360.
De acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), nos últimos 15 anos, o volume acumulado de energia roubada ultrapassou 500 TWh, impactando diretamente as tarifas de energia e onerando os consumidores.
Os prejuízos financeiros causados pelos “gatos” são expressivos. Estima-se que as perdas tenham atingido R$ 10,1 bilhões, com base no custo médio de energia adquirida pelas distribuidoras em 2023, que foi de R$ 249 bilhões, e na quantidade de energia furtada, 40,8 TWh.
Para ilustrar a gravidade do problema, a energia furtada em 2023 supera a produção média da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, a segunda maior do Brasil. Enquanto Belo Monte, com uma capacidade instalada de 11.233 MW, gera em média 4.418 MW, a energia furtada equivale a uma média de 4.655 MW, criando uma “usina invisível”.
Além dos impactos econômicos, os furtos de energia também representam um sério desafio à segurança pública. Técnicos das distribuidoras frequentemente enfrentam dificuldades em áreas controladas pelo tráfico de drogas e milícias, necessitando de apoio policial para realizar seu trabalho.
O furto de energia é crime, conforme o artigo 155 do Código Penal, punível com penas de 1 a 4 anos de prisão. Além de pressionar as tarifas, essa prática criminosa aumenta os riscos de acidentes e incêndios, colocando em risco a sustentabilidade das empresas de energia elétrica.