Nesta sexta-feira, 23 de agosto, a cerimônia de despedida do biomédico Dr. Arthur Fagner da Silva, realizada na Funerária Almir Neves, no Centro de Manaus, foi marcada por uma decisão firme da família: amigos que estavam com ele na festa no dia de seu desaparecimento foram proibidos de comparecer ao velório.

O velório começou às 6h no Salão Nobre da funerária, com o sepultamento previsto para as 12h30 no Cemitério São Francisco. Além do clima de luto, o ambiente foi permeado por um forte sentimento de indignação dos familiares, que expressaram sua dor e revolta pelas circunstâncias que levaram à trágica morte de Arthur.

Uma mensagem compartilhada nas redes sociais pela irmã de Arthur reforçou a determinação da família: “Não é permitido que quem estava na festa com Arthur no domingo compareça ao velório. Por favor, é um pedido da família.” Ela destacou que a decisão foi tomada por todos os parentes e que, embora todos sejam bem-vindos para prestar suas últimas homenagens a Arthur, aqueles que, segundo a família, foram negligentes com ele naquela noite estão proibidos de participar.

Um áudio circulando nas redes sociais, gravado pela mãe de Arthur, reforçou o pedido, especialmente proibindo a presença da blogueira Kellen Pereira e de outros amigos que estavam na festa. Em seu desabafo, a mãe de Arthur expressou profunda mágoa, criticando duramente aqueles que deveriam ter cuidado de seu filho. “Meu filho foi torturado, ele não era nenhum cachorro”, lamentou, deixando claro o ressentimento que carrega.

O caso

O Instituto Médico Legal confirmou na última quinta-feira (22) que o corpo encontrado na terça-feira (20) em uma área de mata na zona oeste de Manaus é do biomédico Arthur Fagner. O cadáver, em avançado estado de decomposição, foi localizado próximo à Praia Dourada, no bairro Tarumã, onde Arthur foi visto pela última vez.

Arthur desapareceu na madrugada de segunda-feira (19) após sair do Moai Bar, na Avenida do Turismo. Kellen Pereira, amiga de Arthur, relatou que ele deixou o local na companhia de um homem desconhecido que conduzia sua moto. Ela viu o homem saindo com Arthur, mas não o reconheceu.

O corpo foi encontrado na mesma área onde o celular de Arthur foi registrado pela última vez. A família identificou as roupas – uma calça e um tênis – como as que ele usava no dia do desaparecimento. Uma camisa rosa, semelhante à que o suspeito vestia na noite em que Arthur desapareceu, foi encontrada enrolada no pescoço da vítima.

O homem que estava com Arthur é o principal suspeito. Ele compareceu à delegacia para devolver a moto de Arthur e prestar depoimento, mas afirmou desconhecer o paradeiro do biomédico. Com a confirmação da morte, as investigações estão sendo intensificadas para esclarecer o caso.

A perícia indicou sinais de tortura no corpo de Arthur, e a Polícia Civil continua investigando as circunstâncias do crime.