O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) ganhou a adesão de Alemanha, Colômbia, Emirados Árabes Unidos, Malásia e Noruega durante a 16ª Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP16), em Cali, onde os países se comprometeram a contribuir com este mecanismo financeiro voltado para a conservação de ecossistemas.

A confirmação ocorreu nesta segunda-feira (28), durante a apresentação do fundo pela ministra brasileira do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Ela destacou que “o TFFF oferece incentivos financeiros inovadores em grande escala, pagando anualmente um valor fixo por hectare de floresta conservada ou restaurada”.

O fundo se diferencia ao simplificar o cálculo da área conservada, utilizando hectares ao invés de medir a captura de carbono, como é comum nos financiamentos climáticos. Além disso, o monitoramento é feito por meio de imagens de satélite, respeitando critérios estabelecidos por cada país.

Os recursos serão proporcionais às áreas protegidas, provenientes de aportes de países desenvolvidos. Também está prevista a possibilidade de pagamento adicional por programas de prevenção ao desmatamento, promoção da bioeconomia e garantia dos direitos de povos indígenas e comunidades locais que conservam florestas tropicais.

A ministra de Meio Ambiente da Colômbia, Susana Mohammad, ressaltou que o fundo é um “caminho para valorizar a natureza sem transformá-la em uma commodity”. Marina Silva enfatizou que o TFFF será uma ferramenta para enfrentar as crises da biodiversidade e climática, promovendo a convergência entre as convenções, alinhando-se às metas de Kunming-Montreal da Convenção de Biodiversidade e ao Acordo de Paris, embora não esteja diretamente vinculado a elas.

Essa proposta surgiu de discussões na Cúpula da Amazônia, realizada em Belém, no Pará, em agosto de 2023, e foi lançada pelo governo brasileiro na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28) nos Emirados Árabes Unidos.