Presidente eleito, Lula da Silva (PT-SP) e a dep. Gleisi Hoffmann, durante centrevista coletiva na sede do governo de transição, no CCBB | Sérgio Lima/Poder360 02.dez.2022

As despesas de pessoal do governo federal nos 12 meses até outubro somaram R$ 382,2 bilhões, marcando um crescimento real de 8% em relação ao mesmo período de 2023, já ajustado pela inflação. Esse valor, que abrange servidores ativos, aposentados e pensionistas, é o maior desde o início da série histórica do Painel Estatístico de Pessoal, em 2008.

Conforme o Painel, o governo contava em outubro com 1,2 milhão de servidores. Destes, 47,1% estavam na ativa, 32,9% eram aposentados, e os demais vinculados a institutos de pensão. Comparado a outubro de 2022, o custo por servidor aumentou 7,7% em termos reais. No mesmo período, os salários variavam de R$ 1,5 mil, no piso, a R$ 33,7 mil no teto.

No setor privado, a realidade salarial contrasta. O IBGE aponta que o salário médio em setembro foi de R$ 3 mil, um aumento real de 3,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Apesar de pressões para reduzir despesas, o governo enfrenta desafios para equilibrar as contas públicas, que registram déficit primário desde maio de 2023. Esse déficit representa o saldo negativo entre receitas e despesas, desconsiderando os juros da dívida.

Simone Tebet critica supersalários no funcionalismo

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, apontou os “supersalários” no setor público como ilegais, inconstitucionais e imorais. “Esses salários que extrapolam o teto constitucional são um desperdício de recursos públicos”, afirmou em coletiva no dia 15 de outubro.

Tebet destacou que possíveis cortes dependem de discussões com o presidente e, posteriormente, com o Congresso Nacional.