Uma operação de grande escala das forças de segurança de Minas Gerais desarticulou, nesta quarta-feira (27), a liderança do Terceiro Comando Puro (TCP) no estado. A facção criminosa, originária do Rio de Janeiro, havia se instalado no bairro Cabana do Pai Tomás, região Oeste de Belo Horizonte. Ao todo, 14 integrantes foram presos, sendo 10 deles líderes com atuação destacada no estado. Entre os foragidos está Rafael Carlos da Silva Ferreira, conhecido como Paraíba, apontado como um dos traficantes mais perigosos de Minas Gerais e suspeito de estar escondido em uma favela carioca.

Estratégia de “Narcopentecostalismo”

Apesar de usar símbolos religiosos e mensagens cristãs como forma de dominar comunidades, nenhum dos presos é vinculado a instituições religiosas, segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). No aglomerado, elementos como a estrela de Davi e referências bíblicas eram utilizados para consolidar o controle territorial e intimidar moradores.

“Essas mensagens e imagens religiosas são uma estratégia herdada do Rio de Janeiro. Chamamos isso de narcopentecostalismo”, afirmou o delegado Marcos Vinícius Vieira, da Polícia Civil. Os presos estão ligados a crimes como tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e lavagem de dinheiro.

Bloqueio de R$ 340 milhões

A operação também mirou o esquema de lavagem de dinheiro da facção, que movimentava milhões por meio de empresas fictícias e contas bancárias de pessoas alheias ao crime. Foram bloqueados R$ 340 milhões em bens do TCP, ocultados por meio de empresas sem funcionários e sem pagamento de tributos.

O Gaeco acredita que a liderança do TCP em Minas foi desmantelada, apesar da busca contínua por três foragidos.