
A Suprema Corte de Justiça da Argentina decidiu que a ex-presidente Cristina Kirchner responderá à acusação de acobertar iranianos envolvidos no atentado de 1994 à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos. O episódio é considerado um dos ataques mais letais na história do país.
Na última quinta-feira (5), a Corte rejeitou os recursos apresentados por Cristina, que foi presidente da Argentina entre 2007 e 2015 e vice-presidente de 2019 a 2023. A sentença, disponível em espanhol, reafirma a legalidade da decisão de reabrir o caso, que havia sido arquivado em 2021, durante o governo de Alberto Fernández, quando Cristina era vice.
O caso envolve, além do memorando de entendimento com o Irã assinado em 2013, suspeitas de que a ex-presidente teria conduzido negociações clandestinas para garantir impunidade aos iranianos acusados. O memorando, aprovado pelo Congresso, permitia interrogatórios fora do território argentino, mas foi alvo de fortes críticas e acusações de comprometimento da soberania nacional.
As denúncias contra Cristina ganharam força em 2015, quando o promotor Alberto Nisman formalizou a acusação contra ela. Dias antes de apresentar suas conclusões ao Congresso, Nisman foi encontrado morto em seu apartamento, com um tiro na cabeça. A morte gerou comoção nacional e alimentou teorias sobre possível envolvimento político no caso.
A investigação agora segue em busca de esclarecimentos sobre o suposto acobertamento e suas possíveis ramificações.