Estreou nesta sexta-feira (6), no 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o filme A Fúria, que apresenta a história de um presidente brasileiro assassinado. O personagem faz motociatas, utiliza o lema “Deus, pátria e família” e repete a expressão “tá ok”, claramente inspirado no ex-presidente Jair Bolsonaro.

Apesar das semelhanças, o diretor Ruy Guerra, de 93 anos, negou que o protagonista seja Bolsonaro. “Não nos interessa o Bolsonaro, nos interessam os fascistas”, afirmou à Folha de S.Paulo.

Na trama, um homem morto durante a ditadura militar ressurge para buscar justiça. A narrativa se concentra em figuras como um general, um pastor, o presidente da Câmara dos Deputados, um empresário e um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Produção foi concluída após derrota de Bolsonaro

A co-diretora Luciana Mazzotti destacou que o filme só foi finalizado após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022. “Quando terminamos de gravar, em 2022, precisávamos de verba para concluir a obra. Não conseguimos enquanto Bolsonaro era presidente. Só obtivemos o dinheiro após a vitória de Lula”, revelou.

Os cineastas relataram também episódios de perseguição política e ameaças durante a produção, mas afirmaram que não desistiram do projeto. A Fúria busca abordar questões políticas atuais, mas fundamentadas em conceitos históricos ligados ao fascismo.