Santarém, no Pará, enfrenta uma grave crise ambiental, com uma densa nuvem de fumaça cobrindo a cidade. O aumento das queimadas na região elevou a concentração de poluentes a níveis alarmantes. Na última quarta-feira (4), o índice atingiu 154 µg/m³ em 48 horas, superando em 30,8 vezes o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Diante da deterioração da qualidade do ar, o município declarou emergência ambiental em 25 de novembro. A crise intensificou os atendimentos médicos relacionados a doenças respiratórias, que somaram 6,2 mil entre setembro e novembro deste ano, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

Pará lidera queimadas no Brasil

O Pará é o estado com maior número de queimadas em 2024, concentrando 20,1% dos focos registrados no país, de acordo com o INPE. Até 3 de dezembro, foram detectados 53,8 mil focos de incêndio, o maior número desde 2010.

Ações de combate intensificadas

O governo estadual reforçou o combate às queimadas com a Operação Fênix, mobilizando 120 bombeiros, 11 viaturas, dois helicópteros e abafadores de incêndio. Desde agosto, o Plano Estadual de Ações de Combate à Estiagem aumentou em 66% o efetivo destinado ao enfrentamento dos incêndios.

O governo federal também intensificou a atuação na Amazônia com 1,7 mil profissionais, 11 aeronaves e mais de 300 viaturas. Desde o relançamento do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) em junho de 2023, houve uma redução de 30,63% no ritmo anual do desmatamento.

Adicionalmente, medidas provisórias liberaram mais de R$ 650 milhões entre setembro e novembro para ações emergenciais de combate aos incêndios.