
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 180 dias o inquérito das fake news, aberto em 2019 para investigar a disseminação de desinformação, ameaças e denunciações caluniosas contra integrantes da Corte.
Segundo a assessoria de imprensa do STF, a decisão, proferida nesta segunda-feira (16), visa concluir as apurações sobre o “gabinete do ódio”, grupo formado durante o governo de Jair Bolsonaro, que utilizava redes sociais para atacar opositores do ex-presidente. A prorrogação prevê a oitiva de 20 pessoas, a análise de informações obtidas por quebras de sigilo fiscal e bancário e o término de diligências conduzidas pela Polícia Federal.
“O Inquérito 4781 foi prorrogado para aprofundar as investigações sobre a existência, o financiamento e o modus operandi do ‘gabinete do ódio’, bem como identificar todos os seus participantes”, detalhou o STF em nota oficial.
O inquérito das fake news foi instaurado de ofício pelo STF em março de 2019, sob o argumento de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal, à época, não tomaram medidas suficientes para conter os ataques aos ministros. A abertura foi validada pelo plenário, com base no regimento interno da Corte, sob a justificativa de proteger a honra e a segurança de seus membros.
À época, o então presidente do STF, ministro Dias Toffoli, justificou que a medida era necessária para combater a propagação de notícias falsas que comprometiam a integridade da instituição. Moraes, nomeado relator do caso, tem conduzido as investigações desde então, com sucessivas prorrogações do inquérito.