Brasil – O deputado federal Mario Frias (PL-SP), ex-secretário da Cultura do governo Bolsonaro, criticou nesta segunda-feira (6/1) a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro, ocorrida no domingo (5/1). Em postagem na rede social X, ele afirmou que a conquista da atriz “não é uma vitória do Brasil”, referindo-se à premiação como “autopromoção da elite artística global”.

“Isso aí não é uma vitória do Brasil. O que temos ali é a autobajulação de militantes radicais da esquerda mundial, querendo dar ar de legitimidade a um filme que é uma peça de ficção e desinformação da esquerda brasileira”, escreveu Frias.

Negacionismo histórico

Frias também negou a existência da ditadura militar no Brasil ao comentar “Ainda Estou Aqui”. Segundo o parlamentar, o filme é uma tentativa de “distrair o imaginário popular com os perigos de uma ditadura inexistente”.

O ex-secretário de Cultura também atacou políticos de direita que parabenizaram Fernanda Torres pela vitória. Ele afirmou que esses parlamentares estariam “emulando falso virtuosismo” e os chamou de “hipócritas tentando passar uma aura de moderação na ânsia de ter algum reconhecimento da elite esquerdista brasileira”.

Boicote frustrado

Vale lembrar que bolsonaristas radicais tentaram organizar um boicote contra o filme em seu lançamento nos cinemas, mas “Ainda Estou Aqui” se tornou o maior sucesso do cinema brasileiro em 2024, com mais de 3 milhões de espectadores.

Fernanda Torres foi a primeira brasileira a conquistar o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama. A vitória veio pelo papel de Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva, sequestrado, torturado e assassinado pelo regime militar. O filme dirigido por Walter Salles é inspirado na história real de Eunice, que dedicou sua vida a esclarecer o desaparecimento do marido durante a ditadura.