
As exportações de carnes bovina e de frango do Brasil, maior exportador mundial dessas proteínas, atingiram recordes em volumes e receitas em 2024 e têm grandes perspectivas de novos marcos históricos em 2025, segundo os presidentes das principais associações da indústria.
No setor da carne bovina, o Brasil exportou 2,89 milhões de toneladas, um aumento de 26% em relação ao ano anterior, gerando 12,8 bilhões de dólares — 22% a mais do que em 2023, conforme dados compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Já as exportações de carne de frango, incluindo todos os produtos, in natura e processados, chegaram a 5,294 milhões de toneladas, alta de 3% sobre 2023, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). As receitas também foram recordes, somando 9,928 bilhões de dólares, aumento de 1,3%.
“Foi um ano histórico para a carne bovina e o setor pecuário. Ainda é cedo para previsões, mas 2025 tem tudo para bater novos recordes em exportações e faturamento”, afirmou Roberto Perosa, presidente da Abiec.
A Abiec, que representa gigantes como JBS, Marfrig e Minerva, baseia suas perspectivas na abertura de novos mercados, após o Brasil também atingir recordes produtivos. “Há mercados a serem abertos, como Japão, Vietnã, Turquia e Coreia do Sul. Com o apoio do governo, esperamos que 2025 seja o ano de ampliar a presença da carne brasileira”, disse Perosa.
A China permaneceu como principal destino da carne bovina brasileira, com 1,33 milhão de toneladas exportadas e 6 bilhões de dólares em faturamento. Os Estados Unidos importaram 229 mil toneladas, gerando 1,35 bilhão de dólares. Outros mercados importantes incluem os Emirados Árabes Unidos, União Europeia, Chile e Hong Kong.
No mercado de carne de frango, a China liderou as importações com 562,2 mil toneladas, apesar de uma queda de 17,6%, seguida pelos Emirados Árabes Unidos (455,1 mil toneladas), Japão (443,2 mil toneladas) e Arábia Saudita (370,8 mil toneladas).
Ricardo Santin, presidente da ABPA, destacou que o setor estabeleceu novos patamares de exportação, com média de 440 mil toneladas mensais. Para 2025, as projeções continuam positivas, com expectativas de novos recordes mensais, mantendo a rentabilidade do setor.
Além disso, o setor se beneficia de custos controlados das principais matérias-primas da ração, como milho e soja, e da valorização do dólar frente ao real, o que favorece os negócios com os exportadores.