Deise Moura dos Anjos, presa sob suspeita de envenenar o bolo que causou a morte de três familiares durante a comemoração do Natal em Torres, no Rio Grande do Sul, usa desavenças antigas para justificar a animosidade com a sogra, Zeli dos Anjos, que também foi intoxicada, mas recebeu alta nesta sexta-feira (10).

Segundo a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, uma das razões para o conflito entre Deise e a sogra remonta a um empréstimo de R$ 600 feito há 20 anos, que Deise acusa Zeli de ter feito em sua conta, embora o valor tenha sido devolvido no dia seguinte. A delegada Sabrina Deffente revelou que essa versão foi criada por Deise, inclusive registrada em boletim de ocorrência, possivelmente como estratégia para desviar a atenção durante as investigações.

Outro motivo do ressentimento teria relação com Tatiana Denize Silva dos Santos, sobrinha de Zeli, que também morreu após ingerir o bolo envenenado. Deise nutria rancor pela prima do marido, que se casou antes dela e fez a cerimônia na igreja que Deise queria. Esse rancor durou anos, e Tatiana chegou a declarar que, caso algo acontecesse com ela, Deise seria a culpada.

O envenenamento com arsênio resultou nas mortes de três membros da família: Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, Maida Berenice Flores da Silva, 59 anos, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos. Outros familiares, incluindo um neto de Neuza e o marido de Maida, também foram hospitalizados, mas já estão em casa. As autoridades exumaram o corpo do sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro de 2023 após ingestão de substâncias suspeitas, e investigam se ele também foi envenenado.

A delegada não tem dúvidas de que Deise agiu como uma assassina em série, acreditando que ela tenha envenenado outras pessoas próximas à família, sem ser detectada por muito tempo. A delegada afirmou que Deise apagava qualquer prova que pudesse levá-la à descoberta de seus crimes.