
Nos primeiros 20 dias de 2025, a Prefeitura de Manaus iniciou um processo licitatório para concessão de espaços comerciais destinados a lanchonetes no Parque Gigantes da Floresta. O contrato prevê duração de cinco anos e inclui a instalação de quatro quiosques no local. Apesar disso, apenas uma empresa saiu vencedora: a P. P. Castro de Almeida (Sofia Lanches), de propriedade do ex-vereador de Iranduba Pedro Paulo Castro de Almeida, conhecido como “Pepê”, que foi preso em flagrante em 2019 por envolvimento em um esquema de propina.
A prisão de Pepê ocorreu durante a Operação Avaritia, conduzida pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM). Na ocasião, ele foi flagrado recebendo R$ 5 mil do então prefeito de Iranduba, Francisco Gomes da Silva (“Chico Doido”), que colaborou com as investigações e afirmou ter sido vítima do esquema. A propina fazia parte de uma negociação que envolvia apoio a projetos do Executivo municipal. Outros dois vereadores também foram presos pelo mesmo motivo.
Os planos para o Parque dos Gigantes da Floresta incluem a instalação de lanchonetes na entrada do parque, próximo ao estacionamento. Cada quiosque será composto por dois contêineres, que devem ser adquiridos e instalados pelos vencedores da licitação, mediante aprovação do projeto pelo Instituto Municipal de Planejamento Urbano (IMPLURB). A expectativa é que o cardápio ofereça comida regional, lanches e sucos.
Apesar da participação de outras duas empresas no certame, a empresa de Pepê foi a única a conquistar um dos quiosques, com uma contrapartida mensal de R$ 2.300. Isso deixou três quiosques vagos, gerando preocupação sobre um possível monopólio no fornecimento de alimentos no parque.
Alterções nas datas da licitação geraram confusão entre os interessados. O edital foi publicado em 29 de agosto de 2024, prevendo inicialmente a sessão pública para 24 de setembro. Contudo, a data foi adiada para 2 de outubro e, posteriormente, para 10 de dezembro, com pouco tempo hábil para organização dos participantes. Como resultado, apenas três empresas disputaram o processo.
A Prefeitura de Manaus ainda não se manifestou sobre o assunto, e o espaço segue aberto para esclarecimentos.