Após pouco mais de um mês em seu segundo mandato, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), e o diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Jender Lobato, irmão do vereador Jander Lobato (PSD), estão sendo criticados por priorizar a realização de festas na cidade, enquanto a população enfrenta os impactos dos desastres naturais recentes.

De acordo com extratos publicados no Diário Oficial do Município (DOM) na última sexta-feira (24), Jender Lobato renovou contratos milionários com seis empresas prestadoras de serviços da Fundação. No total, os contratos somam mais de R$ 23,6 milhões, envolvendo empresas como AMZ Produções Artísticas e Eventos Ltda, FM Indústria Gráfica e Locação de Máquinas e Equipamentos Ltda, DM de Aguiar & CIA Ltda, Ecoart Soluções Ltda, AC Entretenimento e Produção Ltda, e Brasil Shows Serviços de Construção Ltda.

Para 2025, a Manauscult dispõe de um orçamento de R$ 110,4 milhões destinados a eventos e manifestações populares. No entanto, o que chama atenção é que grande parte das empresas beneficiadas já possuíam contratos com a Fundação, e algumas delas estão sob investigação do Ministério Público de Contas (MPC) e do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) por suspeitas de irregularidades em licitações.

A renovação dos contratos, em meio à crise causada pelos desastres naturais, levanta questionamentos sobre as prioridades da gestão municipal e a transparência na aplicação dos recursos públicos.