
A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira (27), mostra que 37% dos entrevistados avaliam negativamente o governo Lula, o maior índice desde o início do levantamento, em fevereiro de 2023. A avaliação positiva caiu de 33% em dezembro para 31% em janeiro, enquanto 28% consideram o governo regular, ante 34% na rodada anterior. A porcentagem dos que não souberam ou não responderam subiu de 2% para 4%. Além disso, a desaprovação ao trabalho de Lula aumentou de 47% para 49%, enquanto a aprovação caiu de 52% para 47%.
Entre os segmentos analisados, a avaliação negativa teve maior crescimento entre as mulheres, passando de 27% em dezembro para 36% em janeiro, enquanto a avaliação positiva variou de 34% para 33%. No mesmo grupo, a percepção regular caiu significativamente, de 36% para 27%. A pesquisa também apontou diferenças significativas entre faixas de renda: entre os entrevistados com renda de até dois salários mínimos, 56% aprovam o governo e 39% desaprovam. Já entre aqueles com renda superior a cinco salários mínimos, a desaprovação chega a 59%, enquanto 39% aprovam. Entre os que ganham entre dois e cinco salários, 54% desaprovam e 43% aprovam.
O levantamento também destaca os recortes religiosos e raciais. Entre os católicos, 52% aprovam o governo e 45% desaprovam, enquanto entre os evangélicos o índice de desaprovação é mais alto, chegando a 59%, com apenas 37% de aprovação. Na população preta, o governo possui 54% de aprovação e 42% de desaprovação. Entre os pardos, os índices são de 51% de aprovação e 45% de desaprovação.
A pesquisa abordou ainda a repercussão da polêmica envolvendo a instrução normativa da Receita Federal sobre transações via Pix acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para jurídicas. Após críticas, o governo revogou a medida. Para 66% dos entrevistados, o governo errou mais ao lidar com o caso, enquanto 19% consideraram que houve mais acertos. Outros 5% acreditam que o governo acertou e errou na mesma medida, e 10% não souberam ou não responderam.
Outro ponto avaliado foi a comunicação do governo, especialmente após a posse de Sidônio Palmeira como ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), no último dia 14. Apesar das mudanças, 53% dos entrevistados consideram a comunicação governamental negativa, 23% avaliam como regular e apenas 18% como positiva. Outros 6% não souberam ou não responderam.
A pesquisa ouviu 4.500 brasileiros com 16 anos ou mais, entre os dias 23 e 26 de janeiro, em 250 municípios de todas as regiões do Brasil. O levantamento foi realizado presencialmente, com margem de erro de um ponto percentual para mais ou para menos e índice de confiança de 95%. O cenário reflete os desafios crescentes enfrentados pelo governo Lula, com aumento da insatisfação em vários segmentos, embora ainda mantenha apoio considerável entre os mais pobres e parte das minorias.