
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, deve integrar o governo Lula na reforma ministerial prevista até março. O destino mais provável é a Secretaria-Geral da Presidência, responsável pela interlocução do Planalto com movimentos sociais, atualmente ocupada por Márcio Macêdo.
A mudança exige um rearranjo interno no PT. Com eleições internas marcadas para julho, um dos vice-presidentes do partido assumirá a presidência interinamente. José Guimarães (CE), líder do governo na Câmara, e o senador Humberto Costa (PE) surgem como favoritos para o mandato-tampão.
Lula e Gleisi já discutiram a transição, mas o destino de Márcio Macêdo ainda não está definido. O presidente valoriza sua atuação, mas busca alguém mais alinhado ao diálogo com os movimentos sociais para a segunda metade do mandato.
Uma pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira (27) acendeu o alerta no Planalto, apontando queda na popularidade do governo, inclusive entre eleitores de baixa renda e do Nordeste.
Gleisi, ex-ministra da Casa Civil e senadora, preside o PT desde 2017 e tem sido um contraponto a Fernando Haddad no governo. Em dezembro, uma resolução do partido criticou o arcabouço fiscal de Haddad, chamando-o de “austericídio fiscal”.
Mesmo com a entrada de Gleisi, o PT deve perder espaço na Esplanada para partidos do Centrão. A saída de Cida Gonçalves do Ministério das Mulheres é praticamente certa.
Lula pretende usar a reforma ministerial para consolidar alianças de 2026. Até agora, a única mudança na equipe foi na Secom, onde Sidônio Palmeira substituiu Paulo Pimenta.
Gleisi chegou a ser cotada para o Ministério do Desenvolvimento Social, que administra o Bolsa Família, mas a tendência é a manutenção de Wellington Dias (PT) no cargo. O PSD de Gilberto Kassab pressiona para emplacar o deputado Antônio Brito no posto, mas Lula pretende manter ministérios estratégicos, como Desenvolvimento Social, Educação e Casa Civil, sob o comando do PT.








