
O ex-policial penal Jorge Guaranho foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado pelo homicídio duplamente qualificado de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT, morto em 9 de julho de 2022 durante a celebração de seu aniversário de 50 anos em Foz do Iguaçu (PR). O crime foi considerado motivado por futilidade e perigo comum.
Decisão judicial
A sentença foi proferida pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, que destacou o uso de uma arma da União no crime e a intolerância política demonstrada pelo réu. O julgamento ocorreu na Vara Privativa do Tribunal do Júri do Foro Central de Curitiba, cerca de dois anos e meio após o crime.
Guaranho, que cumpria prisão domiciliar, foi preso novamente após a condenação. Ele poderá recorrer da decisão, e o Departamento de Polícia Penal do Paraná definirá a unidade prisional para onde será encaminhado.
O júri foi composto por sete jurados — quatro mulheres e três homens — escolhidos por sorteio eletrônico. A decisão foi tomada por maioria de votos, sem necessidade de unanimidade.
Reação da viúva
Pamela Silva, viúva de Marcelo Arruda e policial civil, afirmou sentir alívio com a condenação. “Vencemos essa guerra. Ele foi condenado e agora terá que cumprir a pena na prisão e repensar tudo o que fez”, declarou ao UOL.
Ela ressaltou que a decisão não traz Marcelo de volta, mas representa justiça. “As crianças não terão o pai de volta, mas hoje a verdade prevaleceu. Isso demonstra que a intolerância não vale a pena”, disse.
Julgamento e defesa
O julgamento durou três dias, com depoimentos de nove testemunhas, peritos e do próprio réu. No último dia, acusação e defesa apresentaram seus argumentos antes da votação dos jurados.
Guaranho chegou ao tribunal de muletas e voltou a alegar que o crime foi uma “fatalidade”. Em depoimento, afirmou que Arruda teria apontado uma arma para ele e jogado pedras antes do disparo. Também negou motivação política para o crime, mencionando que já havia namorado uma mulher do PT.
Apesar de ter dito que se arrepende, Guaranho reforçou que sua família também sofreu com a situação. “Marcelo morreu, eu quase morri. O arrependimento vai ser para sempre”, declarou.
A defesa de Guaranho ainda não confirmou se recorrerá da decisão. O espaço segue aberto para manifestação.






