Manoel dos Santos Ferreira Junior, de 31 anos, motorista de aplicativo em Belém do Pará, está sendo investigado por apologia ao nazismo e incitação à violência contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele circulava com sua moto exibindo símbolos associados à Alemanha nazista, como a inscrição “Luftwaffe” — referência à força aérea do regime de Hitler — e a Cruz de Ferro, uma antiga condecoração militar do Terceiro Reich.

Além disso, de acordo com a revista Cenarium, ele fez publicações nas redes sociais com ameaças diretas a Lula. Sob o nome “Júnior Sanches”, escreveu: “Dessa vez vou conseguir chegar perto. Lula vai se arrepender de ter nascido. Eu vou livrar o Brasil desse cara, vou preso, mas vou feliz.” Em uma de suas fotos, ele aparece vestindo uma camisa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A ameaça se referia à visita de Lula a Belém na semana passada, quando o presidente participou da entrega de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida e vistoriou as obras para a COP30, conferência climática da ONU prevista para 2025.

Mandado e tornozeleira eletrônica

Diante das postagens, a Polícia Federal (PF) cumpriu, no dia 12 de fevereiro, um mandado de busca e apreensão contra Manoel Júnior. A Justiça Federal determinou ainda o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de que ele se aproxime de locais onde Lula esteja presente.

A PF abriu uma investigação para apurar a incitação à violência contra o chefe do Executivo. As declarações foram interpretadas como uma ameaça real à integridade do presidente, especialmente diante do cenário de crescente radicalização política no país.

Arrependimento

Em entrevista à imprensa, a mãe do investigado afirmou que o filho se arrependeu das declarações e ficou abalado com a repercussão do caso. “Ele chorou muito, coisa que ele nunca faz. Disse que não sabe o que passou pela cabeça dele quando falou aquilo”, relatou.