O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), pretende enviar à Câmara Municipal de Manaus (CMM) um novo pedido de empréstimo de R$ 2 bilhões – o maior já solicitado em sua gestão. A cidade, que já está sobrecarregada de dívidas, pode ver sua situação financeira se agravar ainda mais caso o novo endividamento seja aprovado.

Apesar do histórico de sucessivos empréstimos, o prefeito não detalhou como os novos recursos seriam utilizados. O financiamento seria feito junto ao Banco do Brasil para projetos da administração municipal, mas sem transparência sobre sua real destinação.

Endividamento crescente

Desde 2021, David Almeida já acumulou mais de R$ 1,7 bilhão em empréstimos, enquanto a dívida consolidada da prefeitura disparou 460,8% nos últimos dez anos. Em 2014, o montante era de R$ 628 milhões. Até o primeiro quadrimestre de 2023, o valor saltou para R$ 3,5 bilhões, segundo dados do Tesouro Nacional.

Mesmo com a cidade afundada em dívidas, o prefeito insiste na narrativa de que sua gestão mantém uma “excelente saúde fiscal”. No entanto, a realidade é que a prefeitura recorre sistematicamente a novos empréstimos para cobrir gastos, enquanto o impacto real desses investimentos na melhoria da cidade segue questionável.

Pressão política e dificuldades na aprovação

Em 2024, a base aliada de David Almeida sofreu sua primeira derrota na CMM, quando um pedido de empréstimo de R$ 600 milhões foi rejeitado pela oposição. O valor foi reapresentado em R$ 580 milhões e aprovado por uma pequena maioria.

Agora, com um novo pedido bilionário, a prefeitura enfrentará resistência, principalmente com a pré-candidatura do deputado estadual Roberto Cidade (União) à prefeitura de Manaus. Oposição e sociedade civil devem questionar se a cidade realmente precisa de mais um endividamento ou se os recursos já contraídos foram bem utilizados.

Enquanto isso, David Almeida também quer aumentar a máquina pública, recriando a Secretaria de Esportes e ampliando as pastas de Segurança e Comunicação. O impacto financeiro dessas mudanças não foi esclarecido, mas chega em um momento em que a população sente os reflexos da falta de investimentos em áreas essenciais, como transporte e infraestrutura.

A proposta deve ser enviada à Câmara até quinta-feira (20), mas a pergunta que fica é: até quando Manaus suportará novos empréstimos sem comprometer seu futuro financeiro?