A Polícia Civil cumpriu dois mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (26) em endereços ligados ao rapper Oruam, de 23 anos, e prendeu o cantor em flagrante por favorecimento. A ação teve como alvo o foragido da Justiça, Yuri Pereira Gonçalves, procurado por envolvimento com organização criminosa, encontrado na mansão de Oruam no Joá, Zona Oeste do Rio. Na residência, foram apreendidas diversas armas de airsoft, joias, celulares, rádios comunicadores, uma pistola 9mm, munições e um kit rajada.

O cantor pode ser liberado se assinar um termo circunstanciado, se comprometendo a se apresentar ao Juizado Especial Criminal (Jecrim). Caso contrário, permanecerá preso. A pistola e o kit rajada foram encontrados no cômodo onde Yuri dormia, e ele assumiu a posse dos materiais. Além do cumprimento do mandado, o foragido foi autuado por porte ilegal de arma.

Oruam, que é investigado por um disparo de arma de fogo ocorrido em Igaratá, São Paulo, em dezembro de 2023, também está sendo investigado por colocar em risco a integridade de diversas pessoas durante o incidente. A polícia busca agora a arma utilizada no crime, mas ela ainda não foi localizada. Entre os materiais apreendidos, um anel com indicação de “urso” e uma igreja do Complexo da Penha, dominado por traficantes, foi encontrado, levantando novas linhas de investigação.

A operação também incluiu buscas na casa da mãe de Oruam, Márcia Nepomuceno, mas ela não é alvo de investigação. Em depoimento, Oruam alegou não saber que Yuri estava foragido. O cantor, filho de Marcinho VP, líder do Comando Vermelho, já tem um histórico criminal, incluindo uma detenção recente por direção perigosa.

Trajetória e Polêmica de Oruam

Oruam, que iniciou sua carreira musical em 2021, gerou polêmica ao tatuar o rosto do pai, Marcinho VP, e do traficante Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes. Em 2024, ele se destacou ao fazer uma aparição no Lollapalooza vestindo uma camiseta com a palavra “liberdade” e a imagem de seu pai, preso há 20 anos. No início de 2025, a vereadora Amanda Vettorazzo propôs a “Lei anti-Oruam”, que visa proibir a contratação de artistas que façam apologia ao crime, gerando um intenso debate político e ameaças contra a vereadora. Oruam tem forte presença nas redes sociais, com 9 milhões de seguidores.