O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (7) que o governo poderá adotar “atitudes drásticas” contra a inflação dos alimentos, caso não encontre uma “solução pacífica”. Durante visita a um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Campo do Meio (MG), o petista destacou que o preço dos ovos está fora de controle, apesar de não haver um aumento nas “demandas das galinhas”.

“Estou muito preocupado com o preço dos alimentos. Estamos tomando medidas, fizemos uma reunião ontem com ministros e empresários. Quero entender o preço do ovo. A galinha não está pedindo aumento. Ela sofre e ainda canta quando põe o ovo, mas o preço está fora de controle. Uns dizem que é o calor, outros, a exportação”, disse o presidente.

Lula também mencionou o aumento do preço do café e do milho e afirmou que, embora o governo busque soluções pacíficas, medidas mais severas poderão ser necessárias caso os preços não se estabilizem. “O que importa é garantir comida barata para o povo brasileiro”, acrescentou.

A inflação dos alimentos tem sido um tema sensível no governo, com o mercado privado preocupado com possíveis medidas que possam afetar o setor produtivo, como restrições a exportações ou subsídios, que poderiam impactar a dívida pública. A principal medida até agora foi a isenção de impostos sobre a importação de alguns produtos alimentícios.

Lula também sugeriu que “atravessadores” estão contribuindo para a alta nos preços e destacou que o produtor precisa ser remunerado de maneira justa. “Queremos que o produtor ganhe, mas também precisamos saber quem está no meio do caminho, aumentando os preços. Vamos descobrir quem são”, afirmou o presidente.