Após a polêmica festa luxuosa no Caribe, a viagem de David Almeida, prefeito de Manaus, e sua esposa Izabelle Fontenelle, que foi apresentada como um “retiro espiritual”, agora está sendo investigada por autoridades federais e estaduais. A viagem, realizada em companhia de empresários com contratos milionários com a Prefeitura de Manaus, despertou críticas e gerou suspeitas de possíveis irregularidades, incluindo lavagem de dinheiro e corrupção.
O deputado federal Alberto Neto e o vereador Coronel Rosses, ambos do PL, formalizaram denúncias no Ministério Público Federal (MPF) e no Ministério Público do Amazonas (MPAM) alegando que o custo da viagem e da festa de aniversário de Izabelle no luxuoso clube Nikki Beach, em São Bartolomeu, pode ter sido financiado com recursos públicos ou provenientes de contratos de empresários com a prefeitura. Durante a celebração, a primeira-dama foi vista dançando com os empresários Paulo Montenegro, Roberto Lopes e Zé Monteiro, todos com contratos em vigor com o município.
Montenegro, conhecido como “Paulinho Pepeta”, tem contratos ativos com a prefeitura que somam mais de R$ 98 milhões, incluindo para fornecimento de material didático. Zé Monteiro, dono da Murb, responsável pela coleta de lixo na cidade, tem contratos de R$ 114 milhões, e Roberto Lopes, da Royaltech, foi responsável por bancar o jatinho particular usado para a viagem.
David Almeida afirmou que a viagem, com gastos elevados como o champanhe de R$ 30 mil, foi custeada com recursos próprios. No entanto, considerando seu salário mensal de R$ 35 mil, a explicação gerou ainda mais questionamentos. O MPAM já aceitou a denúncia e iniciou a investigação sobre possíveis crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato, além de verificar se os empresários financiaram a viagem com dinheiro público.
Coronel Rosses, que fez as denúncias, ressaltou que a falta de transparência do prefeito sobre os valores e a origem dos recursos está ampliando as suspeitas e gerando desconfiança sobre a legalidade dos gastos.
