O Grupo Globo lidera a divisão das verbas de publicidade do governo Lula (PT), recebendo ao menos R$ 126 milhões em 2024, enquanto a Record ficou com R$ 52 milhões. Esse valor faz parte de um total de R$ 413 milhões destinados a campanhas publicitárias federais, com destaque para ações da Secom (Secretaria de Comunicação Social) e do Ministério da Saúde.

Embora as informações sobre esses repasses ainda sejam parciais, o que se sabe até agora mostra que, no primeiro ano de governo Bolsonaro, a Globo foi superada por Record e SBT na distribuição das verbas publicitárias, mas o cenário mudou após o TCU (Tribunal de Contas da União) identificar falhas no critério de distribuição.

O Grupo Globo recebeu valores significativos, incluindo inserções em canais de TV e R$ 1,5 milhão destinado ao site globo.com e à rede CBN. Enquanto isso, a Jovem Pan praticamente desapareceu das campanhas em 2023, após o governo acusá-la de disseminar fake news. Contudo, em 2024, a emissora voltou a ser beneficiada, entrando no ranking das 11 principais destinos da verba publicitária federal.

Em termos de redes sociais, o Facebook foi o quinto maior destino dos anúncios, com R$ 10,4 milhões, enquanto o Kwai, plataforma de vídeos curtos, recebeu R$ 4,48 milhões.

As campanhas da Secom representaram R$ 227 milhões em publicidade, enquanto o Ministério da Saúde gastou R$ 153 milhões, com destaque para ações contra a dengue. A crise sanitária do ano anterior também gerou críticas ao governo.

A soma total de publicidade dos ministérios e empresas do governo deve chegar a R$ 3,5 bilhões, após a conclusão das licitações ainda abertas. No entanto, dados do governo sobre gastos publicitários são limitados, já que grandes contratantes, como o Banco do Brasil, não divulgam informações detalhadas por questões de estratégia.

Além disso, a análise de dados da Secom mostra que 10% dos custos com campanhas são destinados à produção de peças publicitárias, enquanto 90% são usados na compra de espaços publicitários. A Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo receberam valores significativos em anúncios, enquanto o UOL, do Grupo Folha, teve R$ 2 milhões em repasses. A Secom afirmou que os contratos de publicidade seguem licitações e têm como missão institucional informar a sociedade sobre as políticas públicas.