Na noite desta quarta-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em entrevista coletiva no Japão, que é “visível” que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou dar um golpe de Estado e também teve envolvimento em um plano para assassiná-lo. No entanto, Lula evitou fazer previsões sobre o desfecho do julgamento de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), destacando que seria “presunção” especular sobre a decisão da corte.

“É visível que o ex-presidente tentou dar um golpe no país, é visível que ele tentou contribuir para o meu assassinato”, afirmou Lula.

Na mesma data, o STF aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tornou Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado, além de outros quatro crimes, junto a sete aliados.

Lula declarou ainda que confia na atuação da Suprema Corte, que está “se baseando nos autos do processo, depois de meses de investigação bem conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público”.

O presidente também rebateu as alegações de perseguição feitas por Bolsonaro, afirmando que “não adianta fazer bravata”. “Ele sabe o que cometeu, só ele sabe o que fez, e ele sabe que não foi correto. Não adianta pedir anistia antes do julgamento, isso significa admitir a culpa”, completou.

Por fim, Lula reiterou a importância de respeitar o processo legal e o direito à defesa, mas alertou que, caso Bolsonaro seja condenado, precisará cumprir a pena. “Isso vale para todos os 213 milhões de habitantes do país. Ao invés de chorar, ele precisa enfrentar a realidade e reconhecer que cometeu um atentado contra a soberania do Brasil”, concluiu.