
Augusto Melo (presidente do Corinthians), Marcelo Mariano (ex-diretor administrativo) e Sérgio Moura (ex-superintendente de marketing) foram intimados pela Polícia Civil de São Paulo para depor no inquérito do “caso VaideBet”. Diferente de outros funcionários, chamados como testemunhas, os três agora são oficialmente investigados. A informação foi divulgada pela Gazeta Esportiva.
Os depoimentos ocorrerão nos dias 14, 15 e 16 de abril, seguindo a ordem: Marcelo Mariano, Sérgio Moura e, por último, Augusto Melo. A convocação como investigados indica que o inquérito está próximo da conclusão, já que os principais suspeitos costumam ser ouvidos por último. A investigação está sob responsabilidade do delegado Tiago Fernando Correia (DPPC) e do promotor Juliano Carvalho Atoji (Gaeco).
Se houver indícios de crime, a Polícia Civil poderá encaminhar os indiciamentos ao Ministério Público, que decidirá entre apresentar denúncia ou arquivar o caso.
O escândalo do patrocínio
O contrato entre o Corinthians e a casa de apostas VaideBet entrou na mira da polícia em maio de 2024, após uma denúncia do jornalista Juca Kfouri sobre um suposto esquema de intermediação fraudulenta. A empresa Rede Social Media Design LTDA, ligada a Alex Cassundé – aliado de Augusto Melo –, teria sido inserida no acordo para receber 7% dos R$ 360 milhões do contrato, cerca de R$ 25 milhões.
A VaideBet não reconheceu essa intermediação e rescindiu o contrato com o clube em julho de 2024. Em dezembro, Toninho Duettos, empresário e sócio de Gusttavo Lima, alegou que era o verdadeiro intermediário do acordo e que seu nome foi removido do contrato de última hora por Marcelo Mariano.
Marcelo Mariano também foi apontado por ter autorizado uma transferência de R$ 1,4 milhão à Rede Social Media Design LTDA sem o aval do então diretor financeiro do clube, Rozallah Santoro. Ele foi afastado do cargo em janeiro de 2025, mas segue atuando no Parque São Jorge.
Sérgio Moura, outro investigado, trabalhou na campanha de Augusto Melo e assumiu um cargo remunerado no clube. Após a crise envolvendo a VaideBet, pediu afastamento em maio de 2024 e nunca retornou ao cargo.
Risco de impeachment
O escândalo pode custar a presidência de Augusto Melo. O Conselho Deliberativo do Corinthians aprovou o andamento de um processo de impeachment contra ele, alegando danos à imagem do clube. A votação definitiva para seu afastamento ainda aguarda uma data.