Brasil – O acordo de venda do TikTok para uma empresa americana foi suspenso depois que o governo chinês, em resposta ao tarifaços imposto por Donald Trump, disse que não aprovaria a negociação. As informações foram divulgadas pela Associated Press.

Na última semana, Trump impôs uma série de impostos sobre mercadorias do mundo todo. A China sofreu uma taxação de 34% para exportar seus produtos para os EUA. O prazo de venda da operação americana do TikTok deveria ter ocorrido até 5 de abril após decreto de Trump assinado em janeiro, mas, com a guerra tarifária iniciada pelo republicano, o governo chinês vetou negócio.

“Tínhamos algo como um acordo em relação ao TikTok – não exatamente um acordo, mas algo muito próximo. Depois, a China mudou os termos por causa das tarifas. Se eu desse um pequeno desconto nas tarifas, eles aprovariam esse acordo em 15 minutos. Isso mostra o poder que as tarifas têm”, disse Trump em entrevista à agência AFP.

Na sexta-feira, 4, o presidente estendeu o prazo para mais 75 dias para que o TikTok encontre um comprador americano. Caso contrário, o aplicativo será suspenso em cumprimento à uma lei aprovada pelo congresso em 2024.

Caso o negócio ocorra, a maior parte da administração do app de vídeos ficaria sob responsabilidade de investidores dos EUA e a ByteDance, atual dona do TikTok, teria apenas cerca de 20% de participação. De acordo com informações, todas as partes envolvidas no negócio já estavam perto de um acordo. Entretanto, no sábado, a ByteDance apontou divergências sobre os novos termos.

Em nota na rede social WeChat, a ByteDance disse que as negociações seguirão. “Continuamos em negociações com o governo dos EUA, mas ainda não foi alcançado um consenso. As duas partes têm diferenças significativas em vários pontos-chave. Acordos desse tipo estão sujeitos a procedimentos de revisão, conforme a legislação chinesa”.

A embaixada da China nos EUA também se posicionou sobre o assunto. “A China já expressou sua posição sobre o TikTok em diversas ocasiões. Sempre respeitamos e protegemos os direitos legítimos das empresas, e nos opomos a práticas que violem os princípios básicos da economia de mercado.”

Nas redes sociais, Trump justificou o prolongamento do prazo. “O acordo ainda precisa ser ajustado para garantir que todas as aprovações necessárias sejam obtidas. Esperamos continuar trabalhando de boa fé com a China, embora, pelo que sei, eles não estejam muito satisfeitos com nossas tarifas recíprocas”, disse.