
Após denúncias de perseguição política envolvendo os vereadores Sargento Salazar e Coronel Rosses, surge um novo foco de atenção sobre o envolvimento de Davi Lima da Silva, conhecido como “Davi dos Feirantes”, com a administração do prefeito de Manaus, David Almeida. As acusações contra Davi não são novas. O nome dele está vinculado a práticas controversas nas feiras de Manaus, incluindo extorsão e até agressões a trabalhadores informais, mas o que chama mais atenção é sua estreita relação política com o prefeito David Almeida.
Davi dos Feirantes foi presidente do partido Avante entre 2017 e 2019, exatamente no período em que David Almeida assumiu a presidência do mesmo partido. Essa conexão política, que parece ir além das formalidades partidárias, tem levantado questionamentos sobre a atuação de Davi nas feiras e sua influência sobre a gestão municipal. Enquanto a Semacc (Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento, Centro e Comércio Informal) deveria ser responsável por fiscalizar as feiras, Davi tem se apresentado como um “líder comunitário”, acompanhando operações e até mesmo realizando vistorias nos locais, sempre cercado de seguranças.
As denúncias contra Davi, além de envolvê-lo em episódios de extorsão no passado, apontam para uma figura que transita entre o poder político e o setor informal das feiras de Manaus, com forte respaldo de figuras dentro da gestão municipal. Em 2019, ele foi preso por envolvimento em um esquema de extorsão envolvendo policiais militares em Rio Preto da Eva, e seu nome voltou a ser mencionado em 2023 após um vídeo amplamente divulgado, no qual ele aparece agredindo um feirante na Feira Manaus Moderna.
Esse histórico levanta uma questão fundamental: o prefeito David Almeida tem conhecimento da atuação de Davi dos Feirantes nas feiras de Manaus e da maneira como ele age como uma espécie de “fiscal” não oficial, sem o respaldo da SEMACC? A dúvida é ainda mais pertinente quando se observa que Davi dos Feirantes segue influente dentro do universo político local, com uma relação política estreita com o prefeito, o que pode sugerir uma aliança mais forte do que se imagina entre o ex-presidente do Avante e a administração municipal.