
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) suspendeu por 60 dias o desembargador Marcelo Lima Buhatem, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), por divulgar mensagens com teor político, questionando a segurança das urnas eletrônicas e a legitimidade das eleições de 2022. A decisão foi tomada no âmbito de um processo disciplinar instaurado em 2023.
Entre as postagens analisadas, Buhatem compartilhou uma mensagem que associava o presidente Lula ao crime organizado. O texto, enviado por lista de transmissão em aplicativo de mensagens, dizia: “Lula é convidado de honra do Comando Vermelho” e fazia referência a uma visita ao Complexo do Alemão, no Rio. O desembargador alegou não ter lido o conteúdo completo: “Se eu tivesse visto o subtítulo, nem teria passado adiante. Não atentei. Às vezes repassamos coisas sem ler direito”, justificou.
Em outra publicação, após o primeiro turno das eleições, Buhatem criticou uma pesquisa eleitoral que mostrava vantagem de Lula, chamando o conteúdo de “ato contra a democracia” e insinuando fraude.
A suspensão de Buhatem foi aplicada na forma de “disponibilidade”, uma penalidade prevista para magistrados que cometem infrações disciplinares sem perda imediata do cargo.