Duas jovens que vinham atuando na linha de frente da organização dos protestos pelo impeachment do prefeito David Almeida (Avante) deixaram a coordenação do movimento após sofrerem ameaças graves — incluindo ameaças de morte contra as filhas delas. Segundo relataram, as intimidações ocorreram por ligações e mensagens, citando diretamente o nome de uma das crianças.

“Prezamos pela nossa segurança e, principalmente, pela segurança da filha da Jéssica”, diz trecho do comunicado divulgado por elas. As jovens informaram que não tornarão públicas as provas das ameaças, como áudios e prints, porque já estão sendo encaminhadas às autoridades policiais.

Diante da gravidade da situação, elas cobram das forças de segurança do Amazonas a mesma agilidade demonstrada na prisão do homem que ameaçou a neta do prefeito de Manaus. No caso, a Polícia Civil localizou e prendeu o suspeito em menos de 24 horas após a repercussão da ameaça feita nas redes sociais.

“Queremos a mesma atenção e rapidez. Nossas filhas também têm nome, rosto e futuro. A Justiça tem que funcionar para todos”, afirmou uma das jovens em mensagem enviada à imprensa.

Apesar do afastamento da organização, elas reforçaram que os atos contra a gestão de David Almeida continuam confirmados. As próximas manifestações estão marcadas para o dia 25 de abril, às 16h, em frente à Prefeitura de Manaus, e no dia 1º de maio, no mesmo horário, na Ponta Negra.

A mobilização pelo impeachment tem ganhado força nas ruas e nas redes sociais, especialmente após o aumento da tarifa de ônibus para R$ 6 e a polêmica viagem de luxo feita pelo prefeito ao Caribe, sem esclarecimentos oficiais dos custos. A crise se agravou com a ausência de vereadores aliados de David Almeida na sessão da Câmara Municipal de Manaus na última terça-feira (22), reunião convocada pelo próprio prefeito.