
A Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e tornou réu o grupo varejista Carrefour por crime ambiental relacionado ao vazamento de 2 mil litros de óleo diesel aditivado, ocorrido em maio de 2021 em Santos (SP).
O vazamento teve origem em uma braçadeira enferrujada, ligada ao sistema de geradores de uma loja da rede. O óleo escorreu por galerias pluviais e atingiu diversas praias, provocando a morte de animais marinhos e transtornos respiratórios em moradores da região, segundo o MPF.
O órgão afirma que o Carrefour foi negligente tanto na prevenção quanto na resposta emergencial ao acidente, ao não realizar a manutenção adequada da tubulação nem comunicar imediatamente o ocorrido às autoridades ambientais. Em vez disso, teria tentado ocultar o vazamento, direcionando o óleo para o sistema de drenagem que deságua no mar.
“Era esperado que a empresa monitorasse o sistema e tomasse medidas preventivas, o que não foi feito. Houve omissão deliberada que agravou os impactos ambientais”, afirmou o procurador da República Antonio José Donizetti Molina Daloia.
Se condenado, o Carrefour poderá ser obrigado a pagar multas, bancar programas de reparação ambiental e até ter a loja interditada. O grupo informou que não comenta processos judiciais em andamento.