
O Partido dos Trabalhadores (PT) lançou, nesta semana, uma campanha nas redes sociais tentando culpar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelas fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Com o título “Verdade sobre o INSS”, a série de vídeos publicada no perfil oficial do partido no X (antigo Twitter) tenta transferir ao governo anterior a responsabilidade por bloqueios de benefícios, descontos ilegais na folha de pagamento e participação de chefias em esquemas fraudulentos.
A tentativa de blindagem ocorre após a Operação Sem Desconto, deflagrada em abril pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), escancarar um esquema bilionário de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS, gerando desgaste direto ao governo Lula. O escândalo resultou na queda do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, ambos indicados pelo próprio PT.
O caso virou munição política. Enquanto aliados de Lula, como o deputado André Janones (Avante-MG), tentam culpar o governo Bolsonaro, parlamentares da oposição, como Nikolas Ferreira (PL-MG), reforçam que o esquema estourou sob a gestão petista, e que as fraudes avançaram mesmo com alertas de órgãos de controle. Nikolas chegou a gravar um vídeo nos moldes do viral sobre o Pix, responsabilizando diretamente o atual governo.
A tensão culminou em bate-boca público no Senado entre o novo ministro da Previdência, Wolney Queiroz, e o senador Sérgio Moro (União-PR), durante sessão da Comissão de Transparência. O episódio escancarou o mal-estar no governo diante das revelações da PF e a tentativa do PT de desviar o foco das responsabilidades.