Uma adolescente de 17 anos confessou à polícia ter colocado arsênico em um bolo de pote enviado a uma estudante da mesma idade, em Itapecerica da Serra (SP), no sábado (31/5). Ana Luiza de Oliveira Neves morreu vítima de intoxicação alimentar no dia seguinte (1º/6). A Secretaria de Segurança Pública confirmou que, após o depoimento, a Polícia Civil solicitou a apreensão da suspeita à Justiça.

Segundo apuração, a jovem infratora afirmou que agiu “por ciúmes” e queria apenas “dar um susto” na vítima. Ana Luiza recebeu o bolo em casa, acompanhado de um bilhete que dizia: “Um mimo para a garota mais linda que eu já vi”. Menos de uma hora após consumir o doce, começou a passar mal e avisou um amigo, que estranhou ela ter comido algo sem saber a procedência.

A adolescente foi levada a um hospital particular pelo pai, onde foi diagnosticada com intoxicação alimentar. Recebeu medicação e soro e chegou a melhorar, sendo liberada. No entanto, no dia seguinte, voltou a piorar e foi levada ao pronto-socorro, onde chegou sem sinais vitais, menos de 24 horas após comer o bolo.

Ana Luiza chegou ao pronto-socorro após cerca de 20 minutos de parada cardiorrespiratória, apresentando cianose — coloração azulada na pele causada por falta de oxigenação — hipotermia e ausência de batimentos cardíacos e respiração. Médicos tentaram reanimação, mas ela não resistiu. A morte foi registrada como suspeita de intoxicação alimentar, e o caso está sob investigação na Delegacia de Itapecerica da Serra. O bolo, a embalagem, um pacote de doces e o bilhete foram apreendidos para perícia.

A fabricante do bolo, Menina Trufa, afirmou que não foi responsável pela entrega à vítima. Segundo a empresa, o produto foi comprado para consumo próprio por uma pessoa que o levou para outro local. A entrega feita à jovem teria sido por um motoboy sem vínculo ou autorização da marca. A loja repudiou qualquer associação indevida ao caso e anunciou o fechamento temporário nesta terça-feira (3/6), em respeito à família da vítima.