O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, foi preso pela Polícia Federal nesta sexta-feira (13), em Recife (PE), no âmbito de uma investigação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão ocorre dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedir a abertura de inquérito contra ele.

Machado é suspeito de tentar ajudar o tenente-coronel Mauro Cid a obter um passaporte português com o objetivo de deixá-lo sair do Brasil. Segundo a PF, no dia 12 de maio, o ex-ministro procurou o consulado de Portugal no Recife para solicitar o documento em nome de Cid. A tentativa falhou, mas a PF avalia que ele poderia buscar o mesmo em outras representações diplomáticas.

A PGR também solicitou busca e apreensão de materiais ligados a Machado, além da quebra de sigilo telefônico e de mensagens, argumentando que a medida poderia revelar provas relevantes para o avanço das investigações.

Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Machado atuou para obstruir as investigações envolvendo uma possível tentativa de golpe.

Além disso, o ex-ministro promoveu em seu perfil no Instagram uma campanha de arrecadação financeira em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em maio, ele alegou que os recursos seriam usados para pagar despesas médicas, jurídicas e repasses ao deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está morando nos Estados Unidos. A ação foi vista como uma reedição da “vaquinha” de 2023, que arrecadou mais de R$ 17 milhões via Pix, segundo relatório do Coaf.

Eduardo Bolsonaro chegou a gravar um vídeo agradecendo a iniciativa, mas recusou publicamente a ajuda. Gilson Machado nega as acusações e afirma que procurou o consulado apenas para renovar o passaporte do pai, Carlos Eduardo Machado Guimarães.