
A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, não resistiu aos ferimentos após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, segundo comunicado oficial da família publicado no Instagram. A jovem, natural de Niterói, ficou isolada por dias em uma região de difícil acesso, até ser encontrada sem vida pelas equipes de resgate.
De acordo com a nota, os socorristas conseguiram chegar ao local somente após horas de buscas intensas. “Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, afirmou a família.
Buscas e resgate
As operações para localizar Juliana se intensificaram na noite de segunda-feira (24), horário brasileiro, e foram transmitidas ao vivo nas redes sociais, acompanhadas por mais de 150 mil pessoas. Durante as buscas, foi constatado que a jovem estava em um ponto muito mais baixo e distante do previsto — a equipe precisou descer cerca de 400 metros e ainda tinha aproximadamente 650 metros até o local exato.
Juliana aguardava socorro desde as 19h da sexta-feira (horário de Brasília), equivalente às 5h de sábado no horário local. A mobilização para o resgate ganhou força na segunda-feira, com apoio do governo brasileiro e do Itamaraty.
Condições e críticas
Durante o tempo em que esteve isolada, Juliana ficou sem acesso a alimentos, água e roupas adequadas, o que gerou revolta na família, que denunciou descaso por parte das autoridades indonésias e responsáveis pelo parque nacional onde ocorreu o acidente.
O acidente aconteceu enquanto Juliana fazia um mochilão pela região. A queda ocorreu em uma área de difícil acesso no terreno acidentado do Monte Rinjani, que mesmo em trilhas guiadas oferece riscos consideráveis aos caminhantes.
Sobre o Monte Rinjani
Localizado no arquipélago das Ilhas Menores da Sonda, o Monte Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia, com 3.726 metros. A região integra o “Anel de Fogo”, uma faixa de intensa atividade sísmica e vulcânica que contorna o Pacífico.
A caldeira do vulcão mede cerca de 6 por 8,5 quilômetros e abriga o lago Segara Anak, situado a cerca de 2.000 metros de altitude. Em 2018, o Monte Rinjani foi reconhecido pela Unesco como Geoparque Global.
A última erupção do vulcão ocorreu em 2016, quando o cone Barujari expeliu cinzas que fecharam o espaço aéreo e o Parque Nacional. Ainda em 2018, um terremoto de magnitude 6,4 deixou mais de 680 pessoas isoladas na montanha, exigindo operação de resgate complexa envolvendo equipes terrestres e helicópteros.