
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baghaei, declarou nesta quarta-feira (25/6) que as instalações nucleares iranianas atingidas pelos ataques dos Estados Unidos no último sábado (21/6) sofreram “danos graves”. A afirmação veio após o anúncio do presidente Donald Trump sobre os ataques a três centros nucleares do Irã.
Contexto do conflito entre Israel e Irã
A escalada começou na madrugada de 13 de junho, quando as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram uma ofensiva contra o programa nuclear iraniano e líderes militares em Teerã. Em resposta, o Irã realizou ataques de retaliação poucas horas depois, aumentando a tensão e o risco de um conflito regional ampliado.
Os Estados Unidos, liderados pelo presidente Donald Trump, entraram no conflito com ataques a instalações nucleares iranianas, em apoio a Israel. O governo israelense, sob Benjamin Netanyahu, justificou os bombardeios como uma medida para impedir o avanço do programa nuclear do Irã, que considera uma ameaça direta à sua segurança.
Após 12 dias de confrontos, Israel e Irã concordaram com um cessar-fogo, anunciado pelo presidente Trump, que teria entrado em vigor na madrugada de terça-feira (24/6).
Declarações do Irã
Baghaei afirmou ao jornal Al Jazeera que as instalações foram alvo de “ataques repetidos” e que os danos são uma questão técnica. Ele também expressou desconfiança em relação aos Estados Unidos, acusando o país de “torpedear a diplomacia” ao permitir os ataques israelenses enquanto falava em negociações.
“Enquanto falavam sobre diplomacia, deram sinal verde para os israelenses atacarem o Irã […] Eles torpedearam a diplomacia”, declarou o porta-voz. Ele ressaltou que, embora apoie a diplomacia, é preciso verificar se os EUA estão “realmente falando sério” antes de qualquer novo envolvimento.
Suspensão da cooperação com a AIEA
No mesmo dia, o Parlamento iraniano aprovou a suspensão da cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um dia após a entrada em vigor do cessar-fogo. Essa decisão ocorre após uma série de ataques israelenses e americanos contra as instalações nucleares do Irã nas últimas duas semanas.
Mohammad Bagher Ghalibaf, presidente do Parlamento iraniano, criticou a AIEA por não condenar os ataques, afirmando que isso compromete a credibilidade internacional da agência.
Relatório americano vazado
De acordo com um relatório confidencial da Defense Intelligence Agency (Agência de Inteligência de Defesa) dos EUA, vazado para a imprensa em 24 de junho, os ataques atrasaram o programa nuclear iraniano em “alguns meses”, no melhor cenário para os americanos.