
Brasil – O ex-governador de São Paulo João Doria deixou a gravação do programa de entrevistas “No Alvo” nesta quarta-feira (25) após se revoltar com uma pergunta de cunho pessoal, envolvendo o vazamento de um suposto vídeo íntimo durante a campanha eleitoral de 2018. Segundo Doria, o clima do programa já era desconfortável desde o início, e a situação foi agravada quando citaram sua esposa em meio à polêmica. “Foi o maior constrangimento pelo qual já passei na vida. Foi horrível”, afirmou o político à coluna Outro Canal.
O referido vídeo repercutiu há três anos, quando Doria estava em campanha para o governo de São Paulo, e foi desmentido como fake news.
Ainda inédito, o programa “No Alvo” tem previsão de lançamento para julho e já entrevistou João Kleber, Geraldo Luís, Andressa Urach, Leo Dias e Marcia Goldschmidt. O formato é inspirado em “O Advogado do Diabo”, clássico apresentado por Oswaldo Sargentelli na TV Tupi, conhecido por perguntas provocativas a convidados, e por ter sido proibido pela ditadura militar, além do mais recente “Vox Populi” na TV Cultura.
O que motivou o abandono?
Doria classificou a experiência como “um horror”, comparando o programa ao clássico “Homem do Sapato Branco”, mas “piorado ao décimo nível”. De acordo com ele, a situação ficou insustentável na oitava pergunta, quando produtores abordaram o suposto vídeo erótico e pediram sua opinião e a da esposa. “Colocar a minha esposa no meio, achei bastante desrespeitoso e desleal”, criticou. O político alegou que não conhecia o teor das perguntas antes da gravação e que teria recusado participar caso soubesse. “Se esse for o teor das perguntas, outras pessoas de bom senso jamais virão para esse programa”, avaliou.
Quais as consequências e reações?
Após o episódio, Doria afirmou que produtores e diretores do SBT pediram desculpas, mas reforçou que não voltará a gravar a atração e que proíbe a exibição do conteúdo já registrado. “Autorizei na confiança, assinei o documento, mas disse e repito: desautorizo que o SBT exiba o programa”, declarou, citando experiências anteriores em outros programas de entrevistas, como o de Danilo Gentili, sem constrangimento semelhante.
Do outro lado, o SBT confirmou a saída do político durante a gravação e justificou que o “No Alvo” aposta em perguntas mais fortes e polêmicas para personalidades. A emissora, porém, não forneceu detalhes sobre o caso.