Em pesquisa realizada pelo IBGE, foi constatado que, entre 2017 e 2022, o Amazonas perdeu mais de 46 mil moradores que optaram por se mudar para outros estados brasileiros. No total, 92.147 amazonenses migraram durante esse período, com o Pará liderando como principal destino, recebendo 44.223 dessas pessoas — o que representa 16% dos que saíram do Amazonas e 0,55% da população paraense.

Rondônia ficou em segundo lugar, atraindo 35.991 migrantes (13% do total e 2,29% da população local). Em seguida, vêm Roraima, com 29.223 amazonenses (11% dos migrantes e 5,27% da população estadual), e Acre, que acolheu 27.847 pessoas (10% dos migrantes e 3,37% da população acreana).

Esses quatro estados concentraram mais da metade (51%) dos moradores que deixaram o Amazonas no período. Por outro lado, Alagoas (583), Tocantins (840) e Sergipe (893) foram os estados com menor número de migrantes provenientes do Amazonas.

O saldo migratório do Amazonas foi negativo em 1,17%, evidenciando que mais pessoas saíram do estado do que chegaram, conforme apontado pelo Censo Demográfico 2022.

Paraenses formam o maior grupo entre os que chegam ao Amazonas

Apesar da saída de moradores, o estado também recebeu um número expressivo de migrantes vindos de outras unidades da federação. Em 2022, aproximadamente 349 mil residentes do Amazonas nasceram fora dele, representando 9% da população local.

Os paraenses constituem o maior grupo de migrantes, com 152 mil pessoas (3,9% da população amazonense), seguidos pelos maranhenses (27.969, 0,72%) e acreanos (27.044, 0,7%).

Na capital, Manaus, 6,28% da população é natural do Pará, totalizando 126 mil pessoas, enquanto outros grupos significativos são oriundos do Maranhão (22.294) e do Ceará (20.932).

Crescimento da população estrangeira no Amazonas

Outro dado importante da pesquisa é o aumento da população estrangeira no estado. Em 2022, o Amazonas tinha 57.549 moradores nascidos fora do Brasil, dos quais 51.174 eram estrangeiros e 5.492 naturalizados brasileiros — um crescimento de 488% em relação a 2010, quando esse número era 9.777.

Em Manaus, residiam 41.489 estrangeiros e 3.202 naturalizados, fazendo desse grupo o segundo maior contingente de moradores, atrás apenas dos migrantes paraenses.

As faixas etárias predominantes entre os estrangeiros em 2022 foram 25 a 29 anos (12%, ou 6.171 pessoas), 20 a 24 anos (11,55%, ou 5.967 pessoas) e 30 a 34 anos (11%, ou 5.649 pessoas). Em 2010, as idades mais comuns eram 20 a 24 anos (11,35%) e 45 a 49 anos (10,7%).

Entre os naturalizados, as maiores concentrações ocorreram nas faixas dos 45 a 49 anos (10,89%, ou 598 pessoas), 40 a 44 anos (10,43%, ou 573 pessoas) e 25 a 29 anos (10,25%, ou 563 pessoas). Em 2010, as idades predominantes foram 45 a 49 anos (11,97%) e 60 a 64 anos (9,29%).

As menores presenças, tanto entre estrangeiros quanto naturalizados, foram registradas na faixa dos 75 a 79 anos, com 268 estrangeiros e 108 naturalizados, sendo que em Manaus residiam 216 e 44 dessas pessoas, respectivamente.