O dólar à vista recuou nesta terça-feira (8) após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), anunciar a prorrogação do início das novas tarifas sobre importações. A moeda norte-americana caiu 0,59% e encerrou o dia cotada a R$ 5,445, influenciada por um alívio temporário nas tensões comerciais, durante as negociações na B3, em São Paulo.

Trump postergou a aplicação das tarifas para 1º de agosto, buscando mais tempo para negociar com parceiros internacionais. As novas medidas devem atingir produtos vindos de mais de 180 países, com alíquotas entre 25% e 40%. Mesmo com o adiamento, o presidente enviou cartas a líderes de 14 nações nesta segunda-feira (7), informando sobre a nova política comercial e advertindo que os países do Brics poderão enfrentar uma tarifa extra de 10% em breve.

O clima de incerteza preocupa o mercado. Investidores temem que as tarifas elevem os custos de produção e pressionem a inflação global, o que dificultaria possíveis cortes nos juros por parte do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA.

O Ibovespa também sentiu os efeitos e recuou 0,13%, fechando aos 139.303 pontos. O desempenho refletiu a apreensão com os impactos da estratégia tarifária de Trump sobre o comércio internacional.

No acumulado de 2025, o dólar apresenta queda de 11,88%, enquanto o Ibovespa registra alta de 15,81%. Analistas preveem mais volatilidade nos próximos dias diante da ausência de indicadores econômicos relevantes e das incertezas sobre os desdobramentos das tarifas americanas.

Trump justificou as medidas como um sinal de força econômica dos Estados Unidos. No entanto, países europeus, asiáticos e membros do Brics criticaram duramente a política, classificando-a como forma de coerção. A União Europeia tenta evitar sobretaxas em áreas estratégicas como agricultura e tecnologia.

O governo brasileiro também reagiu. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que os países do Brics são soberanos e não aceitarão interferências externas. As discussões seguem sem uma definição clara sobre eventuais retaliações ao governo norte-americano.