Em novo escândalo envolvendo recursos públicos, foi revelado que a esposa do vereador de Manaus Elan Alencar (DC) aparece na folha de pagamento da Prefeitura de Eirunepé, no interior do Amazonas, recebendo salário bruto mensal de R$ 20 mil, sem nunca ter comparecido ao trabalho ou exercido qualquer função pública ativa no município.

Fontes locais e servidores da prefeitura indicam que essa nomeação configura um possível caso de “funcionária fantasma”, apontando para graves suspeitas de desvio de dinheiro público.

Apesar de constar oficialmente com um dos maiores salários da cidade, não há registros de frequência ou produtividade relacionados à servidora, o que pode caracterizar improbidade administrativa, enriquecimento ilícito e prejuízo ao erário, conforme a Lei nº 8.429/1992.

Além dessa situação, Elan Alencar está no centro de uma investigação mais ampla que envolve contratos suspeitos entre a prefeitura de Itamarati e portais de mídia, incluindo o Portal AM, ligado ao próprio vereador. Os valores recebidos por esses veículos não têm comprovação de serviços prestados ou processos licitatórios regulares.

Há indícios de que recursos públicos estejam sendo desviados por meio de contratos de publicidade, repasses irregulares e indicações políticas para cargos estratégicos, principalmente nas áreas de saúde e assistência social.

Outro ponto que chama atenção é o contraste entre o padrão de vida elevado do vereador — com viagens frequentes, carros de luxo e imóveis — e seus rendimentos oficiais, sugerindo que verbas públicas possam estar sendo usadas para sustentar seu estilo de vida e atividades políticas por meio de nomeações fraudulentas e contratos com empresas ligadas a ele.

A apuração também aponta possíveis conexões entre Elan Alencar e secretarias da Prefeitura de Manaus, suspeitando-se que recursos da capital estejam sendo direcionados para portais e estruturas de comunicação controlados pelo vereador.

Até o momento, a Prefeitura de Eirunepé não se posicionou oficialmente sobre a nomeação ou os pagamentos realizados.

A denúncia deve ser formalizada junto ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM), Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) e Controladoria-Geral da União (CGU), para que sejam investigadas as suspeitas de funcionária fantasma, contratos irregulares e enriquecimento ilícito.

Se confirmadas, as irregularidades podem resultar em sanções civis, administrativas e penais, incluindo perda do mandato, devolução de valores e inelegibilidade por até oito anos.